Ma vie en rose

De frente, de lado, de costas. En France.


sábado, julho 30, 2005

No escuro


Posted by Picasa foto: Mateus Bruxel

When you try your best but you don’t succeed
When you get what you want but not what you need
When you feel so tired but you can’t sleep
Stuck in reverse
And the tears come streaming down your face
When you lose something you can’t replace
Could it be worse?

Lights will guide you home

(Fix you - Coldplay)

E agora, o que resta?
Lights please guide me anywhere...

quinta-feira, julho 28, 2005

Charlie Brown

E como se não bastasse eu ser muito ruim em 99% das atividades em que me aventurei nos últimos 25 anos, estou descobrindo que escrevo mal. Já no primeiro texto da oficina de criação literária, Cíntia apontou um milhão de defeitos, entre eles uma gama infitina de clichês. E ainda citou durante a aula: "O pior mesmo é quando o personagem se olha no espelho e reflete sobre a vida". Parênteses: eu já perdi a conta de quantas vezes a Clara se olhou no espelho. E óbvio que a piada da aula tinha que ser em cima da Charlie "Dany" Brown. Fui detonada porque usei "recessos escolares" como sinônimo de férias, com direito a encenação e tudo. Cíntia: "Imagina eu chegar em casa e perguntar para o meu marido: `amor, onde vamos passar nossos recessos escolares?` Ah, sério, gente, recessos escolares não dá!".
E agora, Clara suicida, que quebrou a rotina se cortando, teve um sonho sobre sua própria vida, casa e família em que ela ia desaparecendo de tudo lentamente, que está sangrando feito um porco, vai ter que sofrer um acidente. Eu, sinceramente, não sei mais o que fazer com essa pobre criatura.

Só faltava agora alguém reclamar da minha lasanha... Que, puxa!

"Acho que sou um cachorro sim
Acho que sou um cachorrim
Minha vida vai
Um ano contam sete
Rumo ao fim
Acho que ninguém tem dó de mim"
(Amendoim - Pato Fu)

terça-feira, julho 26, 2005

Pipoca doce

Sexta-feira, 18h, rodoviária lotada, bagageiro cheio, 42 passageiros espremidos em poltronas minúsculas. Antes da partida, o ar-condicionado já circula o odor de pipoca doce e bala de iogurte. O motorista entra no ônibus e explica alguma coisa em um catarinês apressado. “Porissopeçoquevocêxcolaborem. Porrrqueissosempreacontece”. Ah, tá, eu penso. Era tudo o que faltava para completar a mais infernal das semanas. Segue a viagem. Em Araranguá, parada. “Vintiminutox!”, grita o motorista. Desço, respiro, volto, fecho os olhos: faltam só duas horas. Seguimos. Trinta minutos depois, o ônibus pára, acende as luzes, o motorista abre a porta. “Euaviseieuavisei”. Não é que alguém teve a capacidade de se perder no único restaurante da parada? Esperamos vinte minutos no acostamento da BR. Teoricamente, a criatura viria de carona em um ônibus de outra empresa. Por razões catarinas, o motorista segue por mais uns dois quilômetros e pára novamente. Conto dez minutos no relógio. E nem sinal do outro ônibus ou do passageiro perdido. Mais uma vez, o motorista abre a porta, comunica alguma coisa que o volume máximo do meu discman não me permite ouvir. E seguimos. Da criatura perdida, nem a sombra. Talvez, por vontade coletiva, ela tenha pego um atalho para o inferno. Se fosse por mim, poderia completar a pé os 200 quilômetros restantes.

quinta-feira, julho 14, 2005

Clara suicida

Ela é belíssima, tem 12 anos, vive em uma casa linda, tem uma família perfeita, está no melhor colégio da cidade. Estuda ballet e francês. Os pais são carinhosos, compreensivos e ela dificilmente discute com as duas irmãs mais velhas. Todas as férias viaja com os parentes ou vai para a colônia de férias com amigas do colégio. Nunca passou por nenhuma dificuldade financeira ou emocional. Não tem problemas com nada, nem com ninguém. Tudo parece ser indefectível. Mas ela decidiu morrer. Porque vida não faz mais sentido e ela não quer ser o motivo de ninguém. E vai se matar. Só precisa decidir de que forma seu suicídio magoará menos os pais, as irmãs e os amigos.
Essa é Clara, a personagem que escolhi para me acompanhar durante os próximos três meses na oficina de criação literária da Cíntia Moscovich. Venho pensando muito sobre essa personagem nos últimos dias. Na próxima aula entrego o meu primeiro texto.

Mas hoje Clara precisa fazer alguma coisa para sair de sua rotina...

terça-feira, julho 12, 2005

Moby

Notícia boa: Moby faz show no dia 17 de setembro aqui em Porto Alegre. Notícia ruim: o show é no mesmo dia do casamento de uma das minhas melhores amigas, em Tubarão. E eu sou madrinha.

:(

Tchau Moby.

sábado, julho 09, 2005

B-day


B-day Posted by Picasa

Saindo para a festa:
- Tu vai com o cabelo assim? Desse jeito?
- Ahan, por quê?
- É que parece um poodle!
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Passeando pela Redenção:
- Por causa da gripe tive febre essa noite.
- Sabe o que eu mais gosto quando eu fico gripado e tenho febre?
- Hum?
- Espirrar e ficar esperando as gotinhas molhadas no rosto.
- Ah, que nojo...
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Despedida no aeroporto:
- Vini, me promete que tu vai em um show do Blur por mim.
- E tu me promete que tu vai comprar um tênis novo porque esse tá muito fodido...

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Hoje é aniversário do Vini: 25 aninhos de ruivice. Enquanto anda fugindo de atentados em Londres, eu fico aqui morrendo de saudades, sentindo uma falta nem um pouco amenizada pela aproximação da volta dele. E sigo acreditando que se ele estivesse por perto, tudo seria diferente, porque era assim que a vida se configurava com a presença deste sardento. Conversas, confissões, sinceridade inocente, crítica aguda, "The Killing Moon", Ocidente, 80's, vodka com energético, volta para casa no inverno, vira de costas que eu vou mudar de roupa. Poxa, não demora...

"Oh, brother I can't get through
I’ve been trying hard to meet you
'cause I don’t know what to do
Oh brother I can't believe it's true
I’m so scared about the future and
I wanna talk to you
Oh I wanna talk to you"
(Talk - Coldplay)

sexta-feira, julho 08, 2005

Platônicos

Durante toda a minha infância e adolescência, cultivei uma gama de amores platônicos e impossíveis, a grande maioria provenientes do mundo do cinema. A primeira paixão foi Henry Thomas, o Elliot, de “ET”, depois, Sean Astin, de “Goonies”, Robert Sean Leonard e Ethan Hawke, de “Sociedade dos Poetas Mortos” – todos, com exceção de Ethan, colecionadores de participações pouco notórias em filmes B. Contudo, nenhuma dessas paixões foi tão forte quanto Christian Bale. Christian faz parte do rol “amores ruivos”: os mais intensos, dolorosos, e até o momento, são os que me parecem ser eternos. Minha adoração por ele começou quando ele era um garotinho de 12 anos, em “Império do Sol”. Depois, ele fez “Henrique V”, “Últimos Rebeldes”, “Adoráveis Mulheres”, “Velvet Goldmine” e aposto que ninguém viu. Só eu.
Christian sumiu por uns tempos e eu também dei uma pausa nos meus amores platônicos impossíveis porque já era época de viver os reais. Mas quanta surpresa me causou o guri, agora um homem (e que belo homem!) ao ser especulado para interpretar “Batman Begins”. E embora minha fascinação pelo longa possa ser vítima da minha tietagem, é inegável que Christian está brilhante em “O Operário”. No entanto, para mim, o sucesso do moço não se limita à interpretação dele: cadavérico, com trinta quilos a menos de seu peso normal, continua lindo e charmosíssimo. E eu, sigo platonicamente apaixonada.

quarta-feira, julho 06, 2005

Só brincadeirinha

O casal de senhores entrou na recepção e a senhora se dirigiu à secretária:
- Boa tarde! Nós estamos procurando o senhor Valdir.
A jovem, enrolando uma mecha de cabelo entre os dedos, visivelmente mascando chiclete, examinou a dupla de cima a baixo. Depois, desviou o olhar para o bolso da calça jeans, abriu-o com cuidado e remexeu-o como se procurasse algo. Com uma expressão de desdém, disparou:
- Não sei. No meu bolso é que ele não está! - e caiu em um riso frenético.
A senhora fitou-a por alguns segundos até que o cérebro se certificasse que não estava em um sonho - naquele caso, um pesadelo. E ainda incrédula, tratou de passar um sermão na garota.
- Moça, ponha-se no seu lugar! Você é a secretária do presidente da Câmara do Livro. O mínimo que se espera de você é um pouco de educação!
Com o riso diminuindo ao longo da bronca, olhou ao redor. Só então percebeu, através do espanto dos colegas, a gravidade da brincadeira. Desesperada, levou as mãos ao rosto e se pôs a chorar.
A senhora ainda murmurou alguma coisa enquanto era puxada pelo marido para a porta de saída. Como se não fosse suficiente, o casal ainda ouviu as lamúrias da garota que insistia em se explicar aos colegas:
- Foi só uma brincadeirinha!
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Episódio da série "Verídico", relatado por uma colega da Câmara Rio-Grandense do Livro para comprovar que tudo sempre pode ser pior do que já é.