Ma vie en rose

De frente, de lado, de costas. En France.


domingo, novembro 21, 2004

Mafalda

Mafalda: Buen día. Se han abolido ya las injusticias terrestres?
– ?
Mafalda: Ah, no?
– ?
Mafalda: Despiértenme para el almuerzo, entonces.


Em: Mafalda 3, Tiras de Quino, Ediciones de la Flor. (Presente do meu blue-eyed boy)


sexta-feira, novembro 19, 2004

Por isso eu corro demais

Hoje eu fui dormir às 3h da manhã. E acordei às 7h. Entreguei o segundo capítulo da monografia. Almocei correndo. Me estressei no Decordi. Me estressei no SAE. Me estressei com o sistema da UFRGS que diz que eu tenho 0% de créditos, mesmo sendo formanda. Cheguei sour e atrasada no trabalho.
Hoje me senti feia, gorda, chata. Um metro de raiz na cabeça, sobrancelha de urso, pernas finas e espinhosas, cara de polenta, bunda de grilo.
Hoje minha cabeça latejou como nunca. Comi chocolate, por instinto, sem sentir o gosto. Me estressei com erros meus. Me estressei com a minha consciência pesada pelos erros meus. Prometi a mim mesma que vou parar, que vou ser mais racional, que vou me concentrar mais em coisas mais importantes.
Hoje cheguei em casa babando de sono, me encolhi no sofá, dormi. Acordei ainda sour às 23h. Chorei. Chorei mais um pouco. E quando eu parei de chorar, chorei mais.
Hoje estou me sentindo carente, triste, indecisa, desconfiada, estressada, louca.

Quando tudo isso vai acabar?

ENTÃO EU CORRO DEMAIS
SOFRO DEMAIS
CORRO DEMAIS
E VOCÊ AINDA ME PEDE
PARA NÃO CORRER ASSIM

(Adriana Calcanhoto)

quarta-feira, novembro 17, 2004

Picanha pequena

Grande finde.
Aliatti virou Sílvio Santos, o Guilherme conquistou o Uruguai no War, O Bulcão descobriu que ninguém tem interesse em falsificar a assinatura dele, Saulo Mãos de Carvão seduziu a Olívia (a cachorra do Bulcão) pelo estômago, o Mateus ficou sabendo que eu tenho 24 anos, Janine e Guilherme completaram um ano de namoro, Rosana, 20 de vida.
Muita, muita diversão. E picanha pequena. O fofucho tem todas as provas com ele. 45.235 fotos.
Ah, e claro, caipirinha rules! Durante toda a minha existência, eu nunca havia feito nenhuma. Mas todo mundo aprovou. Penso seriamente em largar o Jornalismo, mesmo depois da afirmação do Saulo que Jornalismo dá muito dinheiro...

"Amoreco, conquistei o Uruguai!"
Guilherme, jogando War, no auge da felicidade por ter conquistado o país de origem de Janine, a namorada.

sábado, novembro 13, 2004

The Graduate

Data da formatura definida: dia 19 de fevereiro (sábado), às 17h30min. Tá, não marquem nada para este dia, s'il vous plaît!

Uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu! When I feel heavy metal! Uhuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu! And I’m pins and I’m needles!

Chamem-me ou xinguem-me do que quiserem. Mas a verdade é que estou muito feliz porque vou me formar. Mamãe também.

Bom finde e feriadão para todos. Estou indo com fofucho, White Stripes e suas senhouras para Atlântida jogar frescobol no meio do ciclone. Daqui exatamente a uma hora.

Fun, fun, fun. Trarei histórias divertidíssimas.




quinta-feira, novembro 11, 2004

Escraviarismo

Faltam poucos meses para finalmente eu ser uma jurrrrrnalixta, como diria professora Rosa Nívea. Cinco anos e meio de faculdade. Três anos e meio de estágio no Jornal do Comércio, Jornal O Sul, Rádio da Universidade, Casa de Cultura Mario Quintana. Durante todos esses anos de estudo (graças a Deus sou auto-didata e pude aprender alguma coisa de Jornalismo por conta própria!) e de escraviarismo, me pus várias vezes a pensar qual era a diferença entre eu e eu com o diploma. Ou entre eu e aquele rol de gente burra e idiota, pronunciando com orgulho “Imprensa! Imprensa!” nas portinhas dos eventos. O que me separa deles, a não ser os crachazinhos "repórter" e os salários não muito mais altos que o meu?

Já me deparei com jornalistas, dentro de redação, escrevendo caZa, vaZo, gente sem o menor condição intelectual para redigir um texto, sem capacidade para se expressar e formular uma só perguntinha, pessoas apagando a assinatura do pobre do estagiário que tinha feito uma página inteira de texto e colocando a sua (do destaque da página), chegando bêbado na redação, sem nem bem conseguir se agüentar em pé, caindo fora durante um feriado e deixando um estagiário para comandar a editoria, dizendo, mesmo depois de se ter trabalhado muitos finais de semana, horas a mais (claro, sem remuneração extra) que estagiário não tem direito a folga e folgar sempre e quando bem entende, na maior cara de pau.

Não sei para que tanto menosprezo, tanto desdém, nariz empinado, salto alto. Daqui a algum tempo também serei jornalista. Também terei um crachazinho escrito repórter. Também estarei gritando nas portinhas dos eventos: “Imprensa! Imprensa!”. Também ganharei o grandioso piso de mil e duzentos reais. E aí, qual a diferença? Vou ser melhor?

Duvido.

“As pessoas não vêem o que está dentro do penico porque estão sentadas sobre ele e não conseguem enxergar que o que produzem está sob seus traseiros.”
Juremir Machado da Silva, na última terça-feira, durante a mesa Brasil Transverso, na CCMQ

terça-feira, novembro 02, 2004

Tempo, tempo, tempo

Feriado. Sete da manhã e a criatura já acordada. Isso acontece desde os anos mais remotos da minha infância. Acordar mais cedo que todo mundo. Tentar, em vão, acordar todo mundo. Passear de pijama pela casa procurando alguma coisa interessante para fazer. Abrir a geladeira. Ligar a televisão e ver Campo e Lavoura. Ou Pequenas Empresas, Grandes Negócios. Jogar Resta Um. Aquela vontade de gritar pela janela. Ter que sentar e esperar.

Numa dessas manhãs infantis de insônia coloquei fogo na mesa da cozinha. Aí meus pais acordaram. E até hoje nunca mais conseguiram dormir tranqüilos...

Todos os dias quando acordo não tenho mais o tempo que passou, mas já tenho um milhão de coisas na cabeça. Fazer isso, fazer aquilo. Acabo não fazendo a metade do que preciso. Mas pelo menos a obrigação me mantém desperta. Hoje, por exemplo, já fiz muitas coisas que não teria feito se continuasse dormindo. Claro que nada de muito útil. Mas, vamos combinar, que a vida é 90% futilidade. E isso não é divertido?

Fico pensando que é perda de tempo dormir tanto. Imagina se usássemos esse tempo para trabalhar, produzir, pensar, viver. Eu já teria visto todos os filmes que gostaria de ver. Teria lido todos os livros que gostaria de ler. Já teria terminado a minha monografia. Faria exercícios (físicos e mentais). Não negaria convites para festas. Poderia me divertir muito mais sem consciência pesada no outro dia.

Quando olhei no relógio faltavam dez minutos para as seis. Levantei, fui ao banheiro, tomei água. Aí me dediquei a acordar o Mateus. "Não consigo mais dormir". Se ele me ouviu nem vai lembrar depois. Como no dia em que colocou dois relógios para despertar e me pediu para ajudá-lo a acordar porque tinha aula de alemão. Os relógios despertaram. Eu acordei. Desliguei os alarmes e o chamei. "Não, Dany, quero ficar aqui dormindo". "De certeza? Não vais mesmo para a aula?". "Não, estou muito cansado". Ao meio-dia levanta desesperado, xingando os despertadores e perguntando porque não o chamei.

Já caminhei pelo apartamento, olhei os CDs dele, comi negrinhos, respondi e-mails, comentei no blog da Caramelo. Depois me dediquei a fazer barulhinhos. Tossi, espirrei. Ele abriu os olhos. Sorriu, pediu para eu voltar para a cama. Voltei, mas levantei novamente. Liguei para a Angel, conversei um pouco com ela. Liguei para casa, mas minha mãe tira o telefone do gancho para evitar algum telefonema meu pela manhã.

Dez horas. Tem um sol maravilhoso lá fora. A Feira do Livro já deve estar funcionando. Segundo capítulo da mono pedindo para ser terminado. Três fitas de entrevista para serem decupadas. Fata Morgana, do Herzog, esperando para ser visto. Cartier-Bresson no Santander. E as pessoas continuam dormindo.

Me desculpem os dorminhocos, mas quero viver enquanto há tempo.

Tá, vou tentar acordar o Mateus de novo. Porque não achei nenhum fósforo no apartamento dele.