Escraviarismo
Faltam poucos meses para finalmente eu ser uma jurrrrrnalixta, como diria professora Rosa Nívea. Cinco anos e meio de faculdade. Três anos e meio de estágio no Jornal do Comércio, Jornal O Sul, Rádio da Universidade, Casa de Cultura Mario Quintana. Durante todos esses anos de estudo (graças a Deus sou auto-didata e pude aprender alguma coisa de Jornalismo por conta própria!) e de escraviarismo, me pus várias vezes a pensar qual era a diferença entre eu e eu com o diploma. Ou entre eu e aquele rol de gente burra e idiota, pronunciando com orgulho “Imprensa! Imprensa!” nas portinhas dos eventos. O que me separa deles, a não ser os crachazinhos "repórter" e os salários não muito mais altos que o meu?
Já me deparei com jornalistas, dentro de redação, escrevendo caZa, vaZo, gente sem o menor condição intelectual para redigir um texto, sem capacidade para se expressar e formular uma só perguntinha, pessoas apagando a assinatura do pobre do estagiário que tinha feito uma página inteira de texto e colocando a sua (do destaque da página), chegando bêbado na redação, sem nem bem conseguir se agüentar em pé, caindo fora durante um feriado e deixando um estagiário para comandar a editoria, dizendo, mesmo depois de se ter trabalhado muitos finais de semana, horas a mais (claro, sem remuneração extra) que estagiário não tem direito a folga e folgar sempre e quando bem entende, na maior cara de pau.
Não sei para que tanto menosprezo, tanto desdém, nariz empinado, salto alto. Daqui a algum tempo também serei jornalista. Também terei um crachazinho escrito repórter. Também estarei gritando nas portinhas dos eventos: “Imprensa! Imprensa!”. Também ganharei o grandioso piso de mil e duzentos reais. E aí, qual a diferença? Vou ser melhor?
Duvido.
“As pessoas não vêem o que está dentro do penico porque estão sentadas sobre ele e não conseguem enxergar que o que produzem está sob seus traseiros.”
Juremir Machado da Silva, na última terça-feira, durante a mesa Brasil Transverso, na CCMQ
Já me deparei com jornalistas, dentro de redação, escrevendo caZa, vaZo, gente sem o menor condição intelectual para redigir um texto, sem capacidade para se expressar e formular uma só perguntinha, pessoas apagando a assinatura do pobre do estagiário que tinha feito uma página inteira de texto e colocando a sua (do destaque da página), chegando bêbado na redação, sem nem bem conseguir se agüentar em pé, caindo fora durante um feriado e deixando um estagiário para comandar a editoria, dizendo, mesmo depois de se ter trabalhado muitos finais de semana, horas a mais (claro, sem remuneração extra) que estagiário não tem direito a folga e folgar sempre e quando bem entende, na maior cara de pau.
Não sei para que tanto menosprezo, tanto desdém, nariz empinado, salto alto. Daqui a algum tempo também serei jornalista. Também terei um crachazinho escrito repórter. Também estarei gritando nas portinhas dos eventos: “Imprensa! Imprensa!”. Também ganharei o grandioso piso de mil e duzentos reais. E aí, qual a diferença? Vou ser melhor?
Duvido.
“As pessoas não vêem o que está dentro do penico porque estão sentadas sobre ele e não conseguem enxergar que o que produzem está sob seus traseiros.”
Juremir Machado da Silva, na última terça-feira, durante a mesa Brasil Transverso, na CCMQ
1 Comments:
At 10:51 AM, Anônimo said…
oi querida, to muuuuito mas muuuuito mesmo feliz com a chegada da tua formatura. realmente, a gente não fica melhor por causa do canudo, na verdade, muita gente fica bem pior com ele pq acha q pode pisar nos outros.
sei q continuarás a ser essa mesma criaturinha maravilhosa, cheia de alegrias e dúvidas, com momentos de deprê e outros de tanta felicidade q o coração parece não caber no peito. te vejo uma eterna criança e isso é a melhor coisa q alguém pode ver em um ser humano. nunca, mas nunca mesmo deixa essa criança sumir do teu peito, tá? espero q eu não tenha sido uma dessas pessoas terríveis a te dizer q estagiário não pode folgar qdo quer (acho mesmo q nunca diria isso!).
mas se te fiz algo assim desculpa, heim? devia estar fora de mim.
Um beijão para ti,
de uma colega q te adora
Carla
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