Ma vie en rose

De frente, de lado, de costas. En France.


quarta-feira, outubro 24, 2007

Les lapins



Quando a professora pediu para a minha colega japonesa dizer algo que ela havia observado na França e que ela jamais havia visto no seu pais, Maiko nao hesitou: "les lapins". Ironica, Madam Yasmine rebateu: "Vai me dizer que nao existem coelhos no Japao?". E, Maiko, naquela serenidade oriental: "Sim, existem muitos! Mas nos nao os comemos." Blasé, a professora aconselhou toda a turma a nao deixar de provar esse prato tao tipico da culinaria francesa.
Hum, nao obrigada. Jah provei varias iguarias daqui, inclusive os indigestos escargots, mas me nego a experimentar coelhos. Nao consigo conceber que aqueles animais fofinhos e meigos que povoam as mais encantadoras historias infantis e correm felizes pelos parques europeus consigam apetecer o paladar dos franceses: é muita crueldade!
Mas eles nao parecem se importar muito, nao. Alias, a iguaria é facilmente encontrada nos supermercados, bem ao lado das aves. (Por descuido, alias, esses dias quase trago um pedaço do pobre bichinho).
E o sadismo frances nao para na morte e ingestao dos pequenos animais (coelhos, ras, os estomagos dos patos afogados com comida - foies gras - caracois, e, nao podemos esquecer de todas as bactérias e fungos dos queijos). Eles também se divertem em assustar os nao-adeptos a seus costumes:

Namorado: Hoje eu vi varios coelhinhos.
Namorada: Sério?! Onde?
Namorado: No restaurante do meu trabalho.

Dias atras, quando declarei minha alegria ao me deparar constantemente com esquilos em um parque perto de casa, um amigo ainda tentou me convencer que melhor que encontrar esses roedores em lugares publicos é leva-los para casa e assa-los. Se ele falava sério, nem tentei descobrir. Prefiro ficar com a ilusao que era soh mais uma dessas tipicas brincadeirinhas do "humeur" frances.

PS: Por razoes cosmicas, soh encontrei o trecho sobre o jantar do "2 Days in Paris" dublado em espanhol.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Par la fenêtre

Vista da janela do nosso apartamento.

terça-feira, outubro 16, 2007

Falcatrués

Parei de me sentir a maior enroladora da lingua francesa quando, ontem, uma colega canadense me confessou que ela tem um magico artificio para "traduzir" palavras que ela nao conhece em frances. Ela utiliza a palavra desconhecida em ingles, que é a lingua materna dela, e coloca um acento E no final. Segundo Karen, quase sempre da certo.
A Juliana, outra colega da Colombia, nas correçoes de exercicio da aula, tem a frequente cara de pau de dizer as respostas bem rapido e de qualquer jeito. Aih, quando a professora escreve a soluçao no quadro para corrigi-la, a colombiana jura de pés juntos que era a mesma resposta que ela tinha dito. Jah o Yanni, um americano, sempre finge ler os deveres em um caderno que nao tem nada escrito, pois faz dois meses que ele perdeu sua unica caneta.
E tambem tem a Maiko, uma japonesa que é um doce de pessoa, mas que nao nega curtir um enrolé. Ela me confessou que às vezes nao tem a menor vontade de entender o que estao falando com ela. Entao, ela soh balança a cabeça e diz: "Ah, oui, oui, d'accord".

Impressao minha ou a globalizaçao decodificou o jeitinho brasileiro? E depois dizem que nos é que somos falcatruas...