De estimação
Pela terceira vez, neste ano, me deparo pela manhã com uma minhoca no chão do meu apartamento. Minhocas me fazem lembrar minha infância, em Tubarão, quando arrancávamos esses estranhos bichinhos hermafroditas da terra para vê-los se ricocheteando ao sol. As grandes máximas e óbvias diferenças são que Tubarão está a mais de 400 quilômetros de Porto Alegre, que eu moro em um prédio cercado de concreto em uma lomba de asfalto do Bonfim, e que, além de uma janela, meu singelo e aprisionador JK tem apenas uma porta de entrada: e nenhuma das três minhocas tocaram a campainha para entrar.
Descalça, no chão da cozinha, às 7h da manhã, eu filosofava sobre de onde brotou o trio anelídeo. Desconfiando que o bicho seja sempre o mesmo e que ele saiba nadar pela corrente da descarga do vaso do banheiro de volta até o boeiro, e depois rastejar até a porta do meu apartamento, decidi, hoje, pela manhã, que vou conviver pacificamente com o reino animal: e isso não inclui as baratas, vamos deixar bem claro. As aranhas laranja-fosforescente de cantinhos e as mini-formigas de bunda transparente da cozinha terão que se acostumar com a nova companheira.
Descalça, no chão da cozinha, às 7h da manhã, eu filosofava sobre de onde brotou o trio anelídeo. Desconfiando que o bicho seja sempre o mesmo e que ele saiba nadar pela corrente da descarga do vaso do banheiro de volta até o boeiro, e depois rastejar até a porta do meu apartamento, decidi, hoje, pela manhã, que vou conviver pacificamente com o reino animal: e isso não inclui as baratas, vamos deixar bem claro. As aranhas laranja-fosforescente de cantinhos e as mini-formigas de bunda transparente da cozinha terão que se acostumar com a nova companheira.