Viagem ao Líbano
Ontem fomos a um restaurante libanês com amigos franceses, bem aqui na esquina de casa. O lugar era desses restaurantes que são destaque nos jornais locais e onde as pessoas vão com orgulho de estar fazendo uma viagem culinária. E onde o garçom não te deixa em paz te dando um milhão de explicações sobre todas as comidas, bebidas e cultura do país. Como se a França não tivesse sido tomada pelo árabes há décadas e a cultura libanesa ainda fosse novidade, né.
O garçom era um jovem oriental, talvez chinês, talvez vietnamita – tudo a ver com um restaurante libanês que quer parecer um restaurante libanês, cheio de penduricalhos e breguices do Líbano grudadas nas paredes. E seria até aceitável se o pentelho do garçom não fosse um porre e nos deixasse em paz. De dez em dez minutos, ele vinha na mesa para dar explicaçõesirrelevantes sobre a comida, nos fez jantar respeitando as tradições de uma janta libanesa e recebendo informações que um bom bordeaux tinto lavou da minha memória eu guardei lá no fundo do meu coração.
Toda a vez que o pentelho dava o ar das graças e atrapalhava nossa janta discursando coisas que ninguém entendia pelo sotaque dele, à parte do orgulho de bem desempenhar sua performance decorada, nós parávamos de comer e esperávamos que ele zarpasse dali para que a gente pudesse continuarenchendo a cara de vinho nosso lindo jantar libanês.
Lá pela décima terceira vez que o chino voltou, eu já tinha esgotado a minha paciência e continuei comendo, sem dar atenção para o topete de gel dele. E aí a criatura começou a explicar o que era o tabule; uma mistura muito delicada de tomate, grão de bico e...
- E muita cebola – eu completei em português e fiz rir petit-ami.
O pentelho percebeu que eu não era francesa e, na sua aparição seguinte, disse que estava vendo que eu não compreendia tudo que ele falava.
- É que teu francês é uma boxta, meu amigo.
Claro, vocês me conhecem, não respondi isso. Mas eu disse que era brasileira – e caí naquele mesmo erro de sempre...
- Brésiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiil! – ele comemorou, berrando.
- Isso mesmo – eu, sorriso antipático.
- Zé Pequenooooooooooo!
- Ahan. (ai, sai daqui!)
- Favelaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
- Ah, mas vá tomar no teu cu!
Dessa vez, eu falei mesmo. Deve ter sido coincidência que, depois disso, ele não voltou mais na mesa? Sei que fomos todos felizes para sempre.
FIM!
O garçom era um jovem oriental, talvez chinês, talvez vietnamita – tudo a ver com um restaurante libanês que quer parecer um restaurante libanês, cheio de penduricalhos e breguices do Líbano grudadas nas paredes. E seria até aceitável se o pentelho do garçom não fosse um porre e nos deixasse em paz. De dez em dez minutos, ele vinha na mesa para dar explicações
Toda a vez que o pentelho dava o ar das graças e atrapalhava nossa janta discursando coisas que ninguém entendia pelo sotaque dele, à parte do orgulho de bem desempenhar sua performance decorada, nós parávamos de comer e esperávamos que ele zarpasse dali para que a gente pudesse continuar
Lá pela décima terceira vez que o chino voltou, eu já tinha esgotado a minha paciência e continuei comendo, sem dar atenção para o topete de gel dele. E aí a criatura começou a explicar o que era o tabule; uma mistura muito delicada de tomate, grão de bico e...
- E muita cebola – eu completei em português e fiz rir petit-ami.
O pentelho percebeu que eu não era francesa e, na sua aparição seguinte, disse que estava vendo que eu não compreendia tudo que ele falava.
- É que teu francês é uma boxta, meu amigo.
Claro, vocês me conhecem, não respondi isso. Mas eu disse que era brasileira – e caí naquele mesmo erro de sempre...
- Brésiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiil! – ele comemorou, berrando.
- Isso mesmo – eu, sorriso antipático.
- Zé Pequenooooooooooo!
- Ahan. (ai, sai daqui!)
- Favelaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
- Ah, mas vá tomar no teu cu!
Dessa vez, eu falei mesmo. Deve ter sido coincidência que, depois disso, ele não voltou mais na mesa? Sei que fomos todos felizes para sempre.
FIM!
9 Comments:
At 2:49 PM,
Julia Franco Gomes said…
em portugues ou em frances???? amei hahahaah
At 2:49 PM,
Julia Franco Gomes said…
em portugues ou em frances???? amei hahahaah
At 3:47 PM,
Kallil said…
AAAHHHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHUAAHUHAHAUAHUHAUHAHUAHAHUAHUAHAHAHUAUHAHUAHUAHUAHAU
Cara, vc é um gênio!
At 5:04 PM,
Rosana said…
Ai, Dany, que bom que pelo menos ele não falou "Carnavaaaal" e "Ronaldinhoooo"
Esse aí merecia levar uma tunda de laço.
At 5:40 PM,
Chantinon said…
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK!!!!!
Chorei de rir!
Acho que nunca na minha vida irei em um restaurante libanês... deixa eu na feijoada e macdonalds mesmo :D
Hahhahaahah
Ainda to rindo :D
At 6:56 PM,
Unknown said…
Que situação, vai ver o guri era das favelas do Rio e pensou---- oba, conterrânea.Destruidora de sonhos, ehehehehe.De princesa a favelada, que queda vertiginosa.Te amo, minha princesa.
At 12:17 PM,
Anônimo said…
Espero sinceramente que esse infeliz não estivesse servindo vocês. Tá ligada que garçom cospe em comida alheia, né.
At 3:09 PM,
hires héglan said…
repito a pergunta: tu mandou ele tomar no cu em francês ou português?
hehehehe
At 9:10 AM,
Dany Darko said…
Já que ele sabia tudo de Brésil, em português mesmo ;)
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