Ma vie en rose

De frente, de lado, de costas. En France.


segunda-feira, agosto 03, 2009

Dizem que sou louco por pensar assim

Fui ver Public Enemies no cinema, então. Confesso que não estava lá nas grandes empolgações mesmo que o casting conte com os gatchenhos do Johnny Depp e o Christian Bale. É que vi um trecho do filme, na verdade, um looooooooongo trecho, de váááááários minutos, só de troca de tiros.

Com muitas balas. E barulhos. E perseguições. E me deu preguiça.

Mas aí um amigo ligou convidando e nos convenceu, eu e petit-ami, a fazer companhia para ele no cinema. Pessoas que não conseguem ir no cinema sozinhas, né. Básico.

O filme me deu sono de tanto tiro, barulho, balas e perseguições. E Marion Cotillard atuando horrorosamente. E Christian Bale caçando Johnny Depp por 2 horas e 20 minutos. E eu bocejando. E petit-ami no meu ouvido "filme chato, né?"

Então comecei a olhar meus colegas espectadores para ver se eles tinham a mesma OPINIÃ que nós. E a maioria deles estava imóvel em suas cadeiras, muitos de olhos fechados. Perto de mim, alguém roncava.

E aí, lá pelo meio do filme, quando eu já estava tão deitada na poltrona que já não via mais a tela, entrou uma criatura na sala. E se sentou num cantinho bem na frente da tela. Se saracoteou um tempo na cadeira e depois saiu, deixando alguma coisa no assento vizinho.

Foi nesse momento que eu tive toda a certeza do mundo que eu ia morrer. Para mim era certo que ele tinha deixado uma bomba na sala e eu, com a boa parte das pessoas dormindo, iria ser vítima de um atentado terrorista.

Comecei a suar frio, a olhar a porta de saída e a pensar em estratégias de sobrevivência. Mas, dependendo da potência da bomba, eu iria ser uma das vítimas mais espatifadas devido à proximidade do meu assento ao do terrorista. E aí comecei a surtar interiormente. "Não acredito que vamos explodir nesse filme de merda que eu nem queríamos ver, não acredito!". Fechei os olhos, abracei petit-ami e esperei.

E, claro, que não aconteceu nada porque senão eu não estaria aqui escrevendo sobre esse importante acontecimento da minha vida. O tiozinho deve ter saído de uma sessão e entrado em outra. E teve tanta consciência da qualidade do filme em dois minutos que o resto da galêira em uma hora e lá vai pedrinha. Resolveu que não valia a pena nem acabar seu saco de pipoca. E a bomba ficou com gente: aliás, pra alcançar esse status, Public Enemies só faltou explodir.

Já, eu, tive adrenalina injetada no corpo o suficiente para ficar com os olhos bem abertos até o final.

Depois desse episódio, só me resta pedir: canta pra mim, Ney! "Mas louco é quem me diz e não é feliz. Eu sou feliz"

FIM