Ma vie en rose

De frente, de lado, de costas. En France.


segunda-feira, dezembro 22, 2008

À la mexicana

Fim da novela: recebi minha carte de séjour – aquele documento fiadaputa que me permite ser gente aqui na França. Aposto, apoooooooosto que os funcionários da prefeitura de Grenoble se arrependeram muito de ter me entregado o documento depois que eles me viram pulando que nem pipoca com a carte nas mãos. "Mais uma retardada mental que a gente dá asilo", devem ter pensado.

Caguei pra eles. Essa foi a minha vingança por terem me negado a bagaça por duas vezes e, quando resolveram aceitar, perderam todos os meus documentos no meio do processo. Isso antes de terem me vetado de ir a Amsterdam com as passagens compradas e o hotel reservado em outubro e de quase arruinarem meu Réveillon e e de petit-ami em Londres. Porque, gente bem legal e competente: eles sumiram com os meus documentos, mas não me avisaram. Afinal, um dossiê com 785 páginas entra facinho no buraco negro da galáxia e não volta mais. E ninguém percebe: a gente tem que ir lá convencê-los que alguma coisa tem de errada, depois deu eu ficar quase cinco meses sem notícia nenhuma do processo.

Ééééééé, galera. Depois de alguns mini-chiliques nos guichês da préfecture e de um récépissé apreendido por alegação de proximidade de vencimento, namorado foi lá e quebrou tudo (desculpa, mas eu não grito, nem dou show: no máximo, faço cara de choro e chantagens emocionais: fala aí se eu não sou campeã nisso, mãe!). Então, nos garantiram pela alma do Sarkozy que eu iria receber meu documento antes do Natal. Um mês e meio depois do circo, chega a minha convocação para a visite médicale – última etapa antes de colocar as mãos na carte de séjour – com agendamento para o dia 13 de janeiro. 13 de janeiro!!! Deu tanta vontade de ligar para tio Laden...

Me digam: o Ano-Novo em Londres seria a mesma coisa sem moi? Óbeveo que não! Nem precisam me responder. Por isso, namorado quebrou tudo ao quadrado. Passou dois dias no telefone batendo boca, vendeu a alma pro governo francês e reagendou minha consulta. Resultado: visite médicale hoje, carte de séjour hoje também, Dany Darko dançando com o documento na préfecture. Quando, quando? Ho-je.

FIM.

Não, não, esperem. Urge que eu escreva isso: "Hey, prefeitura de Grenoble, vai tomar no cu!"

Agora, sim. FIM!

PS: Televisa, negocio essa trama só se tiver Thalia no papel principal.

sexta-feira, dezembro 19, 2008

Espírito (francês) de Natal

Eu estava indo para o Instituto de Comunicação, ontem, quando uma figura esdrúxula entrou no tram. Moça bonita, jovem, loira, maquiada, e com a particularidade de estar fantasiada de Mamãe Noël. Chamou atenção pela bizarrice, mas também pela gostosice.
Uma senhora comentou com o marido, irônica:

- Papai Noël deve estar bem feliz.

E garota, que já não estava lá com uma cara muito boa, fuzilou a velhinha com os olhos. Medo.

Aqui, nem as Mamães Noël são simpáticas. Eu, hein! Cancela meu presente.

quinta-feira, dezembro 11, 2008

Quase inverno

A gente acorda, abre a janela e se dá conta que ainda nem é inverno, mas...

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Le Parisien

Algumas das peças publicitárias do jornal Le Parisien (O Parisiense), que circula na região da capital francesa. O slogan (traduzido) é "O parisiense: melhor é o jornal", traduzido para inglês como "Melhor lê-lo que conhecê-lo".
Detalhe que quem me mostrou os vídeos foi um amigo francês. Viva a consciência!

















segunda-feira, dezembro 01, 2008

Coisas que nem Mastercard faz por você

Uma moradora de rua me parou e, numa mistura de árabe e francês, me pediu dinheiro. Eu, que sou contra esmolas, acabei cedendo a pressão porque ela disse que estava passando muita fome. E porque a mulher se agarrou em mim feito carrapato e eu não via jeito de sair daquela situação. Tirei uma moeda de um euro do bolso e entreguei. Ela agradeceu, eu virei as costas e fui embora. Segundos depois, ela me chama, vem correndo em minha direção, me segura pelo braço, me mostra uma nota de cinco euros e pergunta se eu tenho o mesmo valor em moeda para trocar.

O que uma pessoa normal faria em um momento desses?

Pois, é. Mas considerem que eu não sou uma pessoa normal. Ou seja: sim, eu catei todas as minhas moedinhas até completar cinco euros e entreguei pra tiazinha. É óbvio que ela não me devolveu a nota. Pior: ainda me perguntou se eu não tinha mais nada para oferecê-la. E desejou que eu tivesse muitos filhos. Como se já não existisse gente suficiente no mundo para me fazer de idiota.