Ma vie en rose

De frente, de lado, de costas. En France.


segunda-feira, junho 26, 2006

Martini Ferro

Dançava de olhos fechados. Só, anônima, levemente bêbada. Abriu-os ao fim da música e o encontrou distante, (coincidentemente?) só, anônimo, quase perdido. Deu alguns passos em sua direção, mas desistiu e foi se esconder em algum canto onde a presença dele não a perturbasse. Não se sentia digna de atrapalhar aquela doce solidão, de desviar o olhar perdido em algum lugar do escuro e chamar sua atenção, interromper a seqüência gole de água e cigarro. Sentou-se, tentou acalmar-se, desistir. Mas afinal, o que havia de tão grave a temer? Somos todos egoístas, agimos com base em nossas vontades, desejos, umbigos. Reunir coragem. Cerrou as mãos e foi em direção a ele. O álcool a incentivou a falar qualquer trivialidade, só para chamar sua atenção, desviar seu olhar, interromper a impecável seqüência de gole de água e cigarro. E deixar-se surpreender.

"You... soft and only
You... lost and lonely
You... strange as angels
Dancing in the deepest oceans
Twisting in the water
You're just like a dream"
(Just like heaven - The Cure)

sexta-feira, junho 23, 2006

Peludos

Conversa com um colega de trabalho, durante o trabalho:

- Tu não tens vergonha de usar esse casaco de pelinhos? Coitado do bicho que teve que morrer para virar um agasalho!
- Ele não foi morto. Só tiraram o rabo dele, ó – respondi mostrando que os pelinhos estavam só no gorro do casaco.
- E tu gostaria que arrancassem o teu rabo para colocarem no gorro de um casaco? – retrucou.
- Se eu tivesse o rabo peludo, amigo, não só deixava como também o vendia.
- Tem gente que não tem o rabo peludo e vende mesmo assim...

Jornalistas, por exemplo.

quarta-feira, junho 14, 2006

Com dois eles

Fiquei um dia inteiro esperando um email com informações de uma fonte que entrevistei para uma matéria. De cinco em cinco minutos, eu clicava no enviar/receber e nada. No dia seguinte, resolvi ligar e perguntar o que tinha acontecido com a luzinha (aquela) já avisando que alguma coisa de errado tinha na história... "Mas eu mandei ontem já", me disse a fonte. Meio a contra gosto, aceitou enviar as informações novamente naquele exato momento. E aquele exato momento se estendeu por toda a tarde. Perto das 18h, liguei novamente.

- Mas eu mandei aquela hora que conversamos! – me respondeu, despejando toda a ira do mundo sobre mim (e como se eu tivesse culpa).
- (Exercícios mentais de respiração) Certo, vou confirmar o email com o senhor: daniela com dois eles, arroba...
- Foi para esse mesmo que eu enviei! Daniela com dois eles, arroba...

Luzinha, luzinha!

- Vou soletrar para o senhor então: dê-a-ene-i-e-ele-ele-a. Certo?
- Ahhhhhh... é ele-ele-a! Eu estava enviando diferente.

Pasmem. A criatura estava enviando para danielacomdoiseles@... Depois o povo acha que EU que uso drogas!

segunda-feira, junho 12, 2006

Não há dinheiro que pague

Eu sempre acreditei que a qualquer hora
Eu pudesse lhe deixar
E pensei que sem você
Não poderia nunca me queixar
Mas quando fiquei sem lhe ver
Então é que eu pude entender
Que não há dinheiro no mundo
Que me pague a saudade de você

Não há dinheiro no mundo
Que me pague a saudade de você
E agora que você de novo está comigo
Eu posso até dizer
Que foi tão grande o castigo
Mas me fez enfim compreender

O erro que eu cometi
Sofrendo porém aprendi
Que não há dinheiro no mundo
Que me pague a saudade que senti

(Não há dinheiro que pague - Renato Barros)
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Em homenagem a ele, que está de aniversário hoje e que gostava dessa música. Passei o dia inteiro cantando o refrão: conseguiste ouvir?

segunda-feira, junho 05, 2006

X-Men

Mais bizarro do que ter uma mãe que goste dos X-Men, conheça todos mutantes pelo nome, e que diga que vai comprar todos os DVDs da série, é ter uma mãe que faça tudo isso e que, ainda por cima, especule sobre o órgão sexual dos personagens.
No cinema, no meio da sessão de “X-Men 3: O Confronto Final”, ela se vira para mim, e pergunta, com a maior normalidade do mundo:
- Será que o pinto do Wolverine também é de adamantium?
E eu, mais normal ainda:
- Claro que não né, mãe. Só os ossos dele é que são. Dã!

sexta-feira, junho 02, 2006

Vânia

Sempre que converso com meu irmão no MSN nunca esqueço de pedir para ele me mandar um emoticon divertido (ele tem vários e eu morro de inveja). Dia desses, o guri me manda do trabalho um fantasma. Ao adicionar, estranhei o nome do bichinho: vania.

- Mas porque o nome desse emoticon é Vânia?
- É o nome de uma cliente nossa que morreu há pouco tempo. Fizemos esse emoticon em homenagem à ela.

Reza a lenda que a moça assombra a sala onde meu irmão e a equipe dele trabalham. Se fizessem emoticons ironizando minha morte, eu, a exemplo da Vânia, também voltaria para tirar satisfações...