Ma vie en rose

De frente, de lado, de costas. En France.


quarta-feira, março 29, 2006

Anedotas - parte 3

Carro de bombeiro ilumina e sonoriza a principal avenida da cidade.

Mãe: Pegou fogo no cachorro quente.
Filha: Como é que tu sabes?
Mãe: Sempre acontece quando o cachorro quente esquenta demais.

quinta-feira, março 23, 2006

Anedotas - parte 2

Um amigo do meu irmão me vê online no messenger:

- Oi, o Demon [apelido carinhoso do meu irmão] está aí?
- Está tomando banho. Por?
- Fala pra ele não esquecer de passar aqui em casa, por favor?
- Pode deixar, a secretária do Demon avisa sim.
- Ó, então. Não estava procurando emprego? Conseguiu! Secretária do teu irmão!

Isso mesmo. Riam da desgraça alheia...

quarta-feira, março 22, 2006

Anedotas - parte 1

Em uma dessas longas madrugadas de insônia, minha mãe abre a porta do quarto:

- Estás fazendo o que acordada até essa hora?
- Escrevendo.
- Escrevendo o quê?
- No blog, mãe – respondo, prevendo a seqüência.
Abre os olhos, até então fechados, e desperta junto com o deboche:
- Tá na hora de começar a escrever alguma coisa que dê dinheiro, então.
- Ah é? Alguma sugestão?
- Inventa alguma coisa bem boba. As pessoas gostam e compram idiotices.
- Como o que, por exemplo?
- Como o Harry Potter. Tem coisa mais ridícula? A mulher [JK Rowling] pensou e escreveu todas as inutilidades e as trivialidades possíveis, enganou o mundo inteiro e ainda ficou rica.
- Sério, mãe, não começa...
- Então eu mesma vou inventar uma palhaçada dessa só pra te provar que...

Ah, simples como a vida.

segunda-feira, março 20, 2006

Vícios e overdoses

Estou ficando cada vez mais cheias de vícios. E essa situação que tem me irritado muito. Porque quando pego uma mania só tenho vontade de fazer isso o dia inteiro. Não tem limite.
Primeiro foram as saias. Criei o modelo de duas. Depois de mais duas e mais duas. Agora tenho uma coleção de saias de todas as estações, para todas as ocasiões, modelos e cores. Mas ainda não parou. Quero uma evasé rosa com laço do lado esquerdo.

Depois, Hello Kitty. Começou de brincadeira para relembrar a paixão da infância. Tic-tacs, chaveiros e porta-níquel da gatinha. Aí vieram as camisetas, bonecas, pelúcia, bolsa, copos, pratos, xícaras, edredon, colcha, tapete. No meu apartamento tem tanta Hello Kitty que o Vini disse que se sentiu falta de ar tamanha a overdose da bichana.

Em terceiro lugar, vem o suco de laranja. Nunca gostei muito, até resolvi me viciar e só beber suco de laranja. Em qualquer situação ou em qualquer lugar que eu fosse me embebedava de suco de laranja. Até que um dia, quando eu trabalhava na Câmara do Livro com a Bina, ela me apresentou a famosa salada de fruta com sorvete do Mercado Público. Aí substituí o vício. Quando tinha um tempinho, fugia para a famosa banca do centro e pedia com sorvete de creme. Sempre. E a mania prosseguiu durante os seis meses de trabalho no Terra.

Eis que depois da morte do meu pai eu passo as noites em claro e começo a baixar emoticons. Foram madrugadas inteiras baixando os bichinhos animados para, durante o dia, ficar mandando para os amigos. Parei de baixar quando cheguei perto dos mil emoticons.

Na mesma semana, assisti “Hora de Voltar” e me apaixonei pelo filme e pelo grupo que toca no trailer do filme: Frou Frou. Baixei todas, todas as músicas e fiz todo o bairro cortar os pulsos com a faixa nem um pouco animadora “Let go”. Também peguei a mania de imitar a personagem Sam, interpretada pela Natalie Portman no filme. Assumi a identidade dela no msn. Ganhei o pôster do longa de aniversário do Mateus.

Dias depois, a minha prima Jujuba me manda uma música da banda Ludov. Pronto, foi dada a largada! Mas não me contentei em só baixar as músicas, tive que comprar o cd original. Agora haja paciência para me agüentar escutando, cantando e falando de Ludov o dia inteiro. Além de ficar fazendo cópias do álbum e distribuindo para os amigos...

Mamãe, hoje: “Sério filha, agora desliga um pouquinho o som porque já está doendo a minha cabeça”.

“Eu tenho o mundo inteiro pra salvar
E pensar em você é kriptonita”
(Kriptonita – Ludov)

terça-feira, março 14, 2006

Tragicomédia

Entrevista de emprego, local disputado, editor da empresa esperando, Dany cabelos lisos, Dany parecendo gente normal de calça jeans e camisa e... ops, esse piercing na sobrancelha. Nunca havia cogitado a possibilidade de remover do meu rosto o amado adorno de quase seis anos de companheirismo e aventuras. Há não ser, claro, que eu tivesse 26 anos, estivesse desempregada, desesperada, desiludida e com a conta do banco no vermelho. Ok.

Meia hora tentando tirar a maldita argola e nada. Mais meia hora tentando desenroscar a bolinha do piercing. Em vão. No telefone, uma amiga PhD no assunto diz: “Deve ser a pressão da bolinha. Tens que achar alguma coisa que ‘desmonte’ o piercing”. Alguma coisa como... “Uma pinça!”, pensei ao avistar o promissor instrumento.

Na frente do espelho, a primeira tentativa foi animadora. A argola cedeu e a bolinha do piercing saiu rolando pelo quarto enquanto eu olhava a minha cara de palhaça no espelho e tentava desvendar porque esse tipo de situação só acontece comigo. Sempre nas horas mais impróprias e mais desfavoráveis. A pinça se alojou bem no meio da argola e não tinha reza, nem promessa que a tirasse dali.

Me imaginei na entrevista com o diretor da rádio com uma pinça pendurada no rosto, por cima do olho. Respirar fundo, contar até quanto mesmo? E depois de quase uma hora de tentativas, lá fui eu, sem piercing, de bochechas vermelhas de tanto ódio, de olhos inchados de tanto chorar, mas animada pensando que a história me renderia um bom post. Eu não tomo jeito mesmo.

“E no seu apartamento
Ela se esquecia de tudo
Não havia contratempo
Ela segurava o seu coração
E largava as roupas pelo chão”
(Princesa – Ludov)

sexta-feira, março 03, 2006

dias piores virão

A última vez que pensei que nada poderia piorar, uma louca me deu uma paulada que deixou um hematoma nas minhas costas inteiras. Desde então, eu não duvido: tudo sempre pode piorar. Não sei se cheguei ou se estou no fundo do poço, mas a verdade é que pouca coisa me resta. Tenho sim consciência de que preciso recomeçar tudo do zero, mas não sei nem como, nem onde, nem quando, nem porquê. Primeiro: o que fazer e como fazer? Segundo: nada mais me prende a Porto Alegre ou a lugar nenhum desse mundo. Terceiro: é este o momento de recomeçar? Quarto: se sim, para quê tudo isso?
Hoje minha mãe me disse que se meu pai me visse desse jeito ele iria se decepcionar muito. Sinceramente, eu acho melhor mesmo que ele não esteja aqui. É um a menos para se envergonhar de mim.

E alguém, por favor, pára o carro que eu quero descer.

"Tudo está fora de seu lugar
Já notei o mundo não foi feito pra mim
vivo só pra me arrepender
De eu não ser do tipo que diz sem querer"
(sorte e azar - pato fu)