Ma vie en rose

De frente, de lado, de costas. En France.


domingo, janeiro 23, 2005

Keila Mara

Keila Mara Reis é um dos personagens mais queridos e engraçados que já conheci. Tamanho mini, cara de criança, 100% invocação, sempre firme como uma rocha, embora, às vezes, por dentro, seja pura manteiga derretida.
No mesmo dia em que fomos apresentadas em O Sul já viramos super melhores amigas para sempre. Depois, quando saímos de lá, naturalmente, acabamos nos afastando um pouco. Mas o mais engraçado é a forma como eu fico sabendo dos malabarismos dela pelo mundo a fora. Um dia, abro a Zero Hora e uma notinha do Informe Especial diz que o ator Nicola Siri, que estava gravando a minissérie "O Segredo" em Porto Alegre, perdeu os documentos e pede que quem os encontrar para entrar em contato com a produtora Keila Mara, através do telefone... . Outro dia fui assistir "MeuTio Matou um Cara" e em uma cena, lá está ela figurando, como professora. "Bom dia, alunos!". No dia 31 de dezembro, um número estranhíssimo chama no meu celular. "Dany, estou no meio da Floresta Amazônica, no Pará. Passei no concurso do Incra". É sempre um susto, de sopetão...
No último domingo, paralisei quando passava em frente à televisao. "Keila Mara, 23 anos, mostrando todo o seu gingado para o concurso Musa do Carnaval no Caldeirão do Huck". Oh-oh. Poucos segundos se passam demoradamente até que uma mulata de uns dois metros entre com adornos carnavalescos sambando em uma passarela.
Ufa. Por sorte não era ela. Mas também se fosse, não ficaria assim tão surpresa. E fico aguardando a próxima aparição. Conhecendo a criaturinha, sei que não vai demorar muito tempo...

quinta-feira, janeiro 13, 2005

Bressonianas

Imperdível a exposição "Os Porto-alegrenses", no Café Moeda do Santander Cultural, dos alunos da oficina Bressonianas. As melhores fotos são, sem a menor dúvida, de um tal de Mateus Bruxel. Mas como diz meu namorado, as minhas opiniões são sempre parciais. Então vale a pena conferir e confirmar que parcialidade tem sim seu quê de verdade.

A abertura foi na segunda-feira, somente para os VIP, como eu: hohohohoho (tom de risada malvada). Mas o melhor de tudo foi enxergar aqueles olhões azuis tão infinitamente brilhantes como jamais eu havia presenciado. Não é à toa que Estrela é o nome da cidade natal desse menino...

Ah, a exposição segue até dia 31 de janeiro.

"Look at the stars,
Look how they shine for you
And everything that you do"
(Yellow - Coldplay)

segunda-feira, janeiro 10, 2005

Até o Fim

Quatro meses, quatro quilos a menos, inumeráveis noites sem dormir, vida social quase nula, alguns amigos a menos, alguns dias de falta no trabalho, bronca da minha mãe por ter ficado por último nos agradecimentos, R$ 150 reais fora (para a formatação), 150 páginas de texto. Nome: Entrevista Jornalística Não é Diálogo – Análise da Entrevista Como Confronto Entre Entrevistador e Entrevistado.

A banca me olhava como se eu fosse o ser mais desconsiderável do universo. Com o calor de 40 graus, os ventiladores só ajudaram a diminuir o volume da minha voz. Nos primeiros 30 segundos, molhei todo o esquema que tinha feito para me guiar na apresentação. E enquanto falava, a minha maior preocupação era não parar de falar. Porque se eu parasse não iria conseguir ir adiante.

Depois, o abate. Elogios e poréns. Trabalho muito bom, mas... . Idéias bem estruturadas, mas... . Bibliografia ideal, mas ... .

O momento mais terrível foi ter que aguardar a decisão da banca para o conceito final. Exemplo mais fiel de quando segundos podem ser horas, dias; minutos: uma eternidade.

A banca foi unânime em me dar nota 10, conceito A. Me abraçaram, me felicitaram, Rosa Nívea sugeriu que eu continuasse a estudar o mesmo tema durante o mestrado. E para eu não esquecer de Bathkin e suas teorias sobre o diálogo. Mas, naquele momento, só o que me interessava era sugar cada gotinha da felicidade pelo dever cumprido.

"Quando eu nasci veio um anjo safado, um chato dum querubim
E decretou que eu estava predestinado a ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim"
(Até o Fim - Chico Buarque)


domingo, janeiro 02, 2005

E que venha 2005

Resolvi apostar em 2005 porque acredito que já tenha pago grande parte dos meus pecados em 2004. Nada de pieguices, do tipo muito dinheiro no bolso e saúde para dar e vender – coisa mais capitalista! Mas venho falando, desde o início da minha campanha "Chega de 2004", que 2005 será um ano bom. E embora pessimismo seja uma qualidade invariavelmente incutida nessa alma pisciana, eu quero e vou fazer um ano melhor. Para mim e para quem estiver comigo.
A Numerologia indica que 2005 é um ano 7: meu número da sorte. E começou bem, ao lado do Mateus e de amigos queridíssimos, recebendo telefonemas, mensagens e emails de pessoas amadas. Não fiz simpatias, mas usei roupa branca. Calcinha rosa (amor, amor, amor!). E tratei de encher meu coração de energias positivas, de vontade, de vamos lá.
E ontem, no final do dia, percebi que estava usando uma camiseta com uma estampa "05". Juro que não foi proposital. E tenho certeza de que não foi coincidência.

Adeus 2004

Finalmente 2004 acabou: o ano mais ordinário dos meus 24 vividos. Nunca tudo deu tão errado para mim, do começo ao final. Tudo culpa de 2004.
Começou errado com uma confusão terrível na virada. Distraída e viajona como sou, ao sair de casa para os festejos, esqueci de dar um toque no celular da Van para avisá-la. Ela ficou em casa, esperando a noite inteira e eu paguei todos os meus pecados quando, no primeiro dia do ano em O Sul, as pessoas me olhavam como se eu fosse o ser mais execrável do mundo.
Passei um Carnaval do cão, derretendo no jornal, substituindo meu sub-editor, coordenando uma equipe de estagiários (como eu) condenada a trabalhar doze horas seguidas preenchendo páginas com idiotices copiadas de agências. Depois de sapatear na redação me negando a trabalhar pelo terceiro final de semana seguido, fui demitida. Por isso tive que adiar minha formatura em um semestre. Faltou grana, alguns amigos ficaram pelo caminho, outros fugiram para não ficar nem na memória. Na verdade, esses nem mereciam mesmo. Parentes fizeram de tudo para acabar com os planos da minha família. Tive vontade de sumir, desaparecer. Enlouqueci total. Cortaram minha luz, meu telefone, meu chuveiro queimou umas três vezes. Quase perdi o Mateus, por erros e cabeçadas minhas. Uma pessoa fez de tudo para arruinar nossa volta e nosso relacionamento, mas embora as tentativas continuem incisivamente descaradas, isso só serviu para nos unir ainda mais. Monografia: quanto sofrimento, noites sem dormir, dias sem comer. No dia da entrega meus arquivos não abriam, o revisor me entregou a mono cheia de erros um dia depois do prazo de entrega na faculdade. Por conta dos estresses, passei o ano doente, perdi a conta de quantas gripes, rinite a mil, sinusite, laringite, conjutivite. Nem minha cachorra me agüentou e voltou para Tubarão.
Para fechar o chave de ouro, voltei do Natal em Tubarão sem me despedir do meu pai e uma briga homérica com a minha mãe no último dia do ano.
Mas enfim, terminou. E ao contrário do que até eu mesma imaginava, sobrevivi.